quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

marrakesh é uma tatuagem indelével




7. Fevereiro


Marrakesh torna-se facilmente um hábito, e o tempo que lá passo parece-me, cada vez mais, de menos.

a medina esconde de forma, felizmente não muito difícil - só o quanto baste para que as descobertas sejam mais valorizadas - segredos que enchem as pupilas dos olhos, e entretanto as viagens dentro da viagem através dos souks que pranzanteiramente tortuam cheios de gente, vendedores e habitantes, com os seus objectos coloridos e cheiros a couro e especiarias fazem invejar o mais experiente dos enófilos.

Atravessando em direcções diversas as ruelas, e obviamente perdendo o norte por mais de uma vez, o destino é recompensador: a medrassa Ben Youssef


a arquitectura esparsa e funcional é deslumbrantemente ornada ao longo pedras e madeiras que compõem os elementos dos espaços comuns do edifício.




o pátio interior é de uma sumptuosidade impressionante, com o piso em mármore de carrara e todas as paredes trabalhadas desde o algeroz até ao sopé.



os pormenores impressionam tanto como o todo, não fosse a quantidade de outros que como nós se deslumbravam com toda a grandeza do artificio, facilmente ficaríamos por ali a deambular apenas a meditar (ou a pensar na morte da bezerra) e estar-se-ia muito bem!


os locais de interesse adjacentes, apesar de relativamente mais pequenos tanto na monumentalidade como em tamanho, são uma boa surpresa, como o museu de Marrakesh, onde havia esta coisa enorme dependurada do tecto, que estimo tenha mais de 8 metros em diâmetro






ou os pormenores do chão (esta foto em homenagem à minha recém-amiga Ala)




ou do tecto que, apesar de em espartano betão cru, mantém o encanto com pequenos toques de cor que o animam 



e até as latrinas, cá fora, são majestosas. assim até dá gozo...






com pormenores tais deste género:


daqui a entrada do souk é a escassos metros, e sente-se mesmo antes das ruas estreitarem, na visão de trabalhadores que produzem e trabalham os materiais que são utilizados para o que é ali vendido






depois de almoço nada melhor que relaxar num jardim, que apesar de pequeno, está repleto de glamour. pertencia nada mais nada menos que à propriedade onde habitava o estilista Yves Saint-Laurent, e como tal, as minhas fotos são apenas um prelúdio à vossa imaginação





demos a volta duas vezes ao sítio, explorando espaços e recantos


 e após pausas prolongadas, voltamos calmamente ao centro da cidade, saltando de jardim em jardim (sem obstar o encontro imediato com o encarregado do cemitério a meio do caminho, que nos avisou que não podiamos aí entrar, mas se quisesse-mos poderia-nos levar a outro onde não seriamos vedados. divertido)

ah! aqui ficam umas fotos da Ala e do Tony, os meus companheiros de turismo em marrakesh. a Ala, penso já a ter apresentado antes mas o Tony não. ela é russa e ele inglês, de Liverpool. gente boa.


depois de tão grande caminhada, fiz uma das coisas que mais prazer me dá em viagem: comer comida local! numa pastelaria pequenita, repleta de árabes a ponto de termos de esperar para conseguirmos partilhar uma mesa com a gente local, fomos presenteados com um pão frito (tipo crepe) recheado com molho picante de tomate e azeitonas, acompanhado de um batido de fruta, que no meu caso era uma feliz combinação de iogurte de abacate e iogurte. nem dá para começar a explicar...


e voltamos à nossa base, o Riad Marrakesh Rouge, com um quartinho em consonância com a cidade






e um terraço para nos lembrar disso mesmo


e como a Ala ia para o deserto e os amigos dela queriam ir a um sitio ver danças do ventre, eu e o Tony juntá-mo-nos à festa e acabamos num dos sítios mais prestigiados em Marrocos: El Comptoir!






nessa mesma noite despedia-mo-nos da Ala que seguiu para o deserto na madrugada seguinte




enquanto marrakesh me agarrava mais um dia suplicando um fenómeno osmótico.

beijos e abraços, Pedro.

ps. eu já voltei, mas vou acabar o meu blog fazendo um post para cada dia, os quais serão agora mais completos. viajar ocupa demasiado tempo para parar frequentemente em frente a um computador! 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

o desvio para o vermelho

se houve alguma razao para o big bang ter acontecido, Marraquesh sera uma delas certamente

a saida de Tanger foi ja noite e dormi no comboio ate quase chegar a Marraquesh


marrakesh e uma cidade nada timida e as suas paraedes e muros ubiquamente vermelho ocre dizem tudo, e dentro escondem todas as outras cores


e maquinas de projectar antigas em via de recuperaçao


depois de nos perdermos na medina, eu e a minha amiga "just made" Ala, almoçamos com mais companhia


e em seguida fomos a descoberta de um dos inumeros palacios


e ai encontramos frescura do calor fustigante do sol da tarde


para depois regressar a praça jamaa el fna e encontrar uma feira perene das mais efusivas que ja vi

 

os dois dias mais em marrakesh ficam para amanha ou depois

ate la, bjos e abraços. P.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

a reconquista de tanger

apos uma longa viagem de aviao chego finalmente a tanger!

a primeira paragem leva-me à gare onde compro o bilhete para marrakesh no comboio da noite, e de seguida dirijo-me para a medina tomando a marginal, o que me faz caminhar perto de meia hora.

Entrando na medina, sou "raptado" por uma crianca de 4 ou 5 anos, que me faz correr até ao kashba:




o problema com a crianca, além de nao falar portugues, era ser sucessivamente questionado por outras criancas que também queriam um quinhao do dinheiro...

assim quando pude pude gratifiquei-o e fugi! mas aparentemente é impossivel passar sem um amigo local em tanger (especialmente tendo uma mochila as costas...) por isso arranjei logo outro, de nome Noud-Said ou simplesmente Said, que me fez companhia pelo almoco




Ele levou-me a ver a medina mais calmamente e é bem bonita, cheia de recantos e barulhos e cores e cheiros



de volta ao kashba


e pelas ruas estreitas


obviamente o cansaço chegou a ambos e passamos o final da tarde a tomar cha no café onde ele é cliente habitual e jogamos domino belga. levei uma teca... 


a saida de tanger e a promessa de marrakesh sera para proximos capitulos. um grande inchala de marrocos com beijos e abraços. P.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

a menos de 24h de por pé em África

a ver se há tantos webcafés em Marrocos como eu espero que haja...

isto porque, indo sozinho, na pior das hipóteses terei tempo de sobra para publicar as minhas aventuras neste cantinho de um servidor qualquer em local indeterminado, para quem se interesse, preocupe ou simplesmente padeça de dor de cotovelo, possa satisfazer as suas necessidades particulares.

na verdade não vou exactamente sozinho... levo comigo a minha mala, já experiente em jornadas bem mas longas que as que se avizinham, o guia da footprint, um romance - "O cego de Sevilha" (obrigado Carla) para fazer pose enquanto bebo chás nos cafés de Marrakesh, um manual de fotografia para ver se não ponho os pés pelas mãos enquanto uso a minha última companhia de viagem:



entretanto tenho andado a praticar, a ver se consigo tirar algumas fotos de jeito. se marrocos parecer feio, provavelmente a culpa é do fotógrafo! :)

a título de exemplo, cá vai uma das muitas que tirei nas sessões de treino:



o plano da viagem será: após chegar a Tanger por avião e dar uma voltinha pelo down-town, partir num vagon-lit com destino a Marrakesh. depois ir a Fés e Meknés, e por fim relaxar em Chefchaoune antes de me dirigir a ceuta para atravessar o estreito até algeciras e depois seguir para Cadiz.

o plano de pormenor... esse será feito em tempo real ao longo da viagem, pois senão não seria aventura nenhuma!

bjos e abraços a todos! P.